Na manhã de sexta-feira, 29 de novembro, por volta das 11 horas, um episódio de sequestro e assalto envolveu um motorista e dois estudantes da zona rural de Itapetinga chocou a comunidade. A equipe do Arcanjo Notícias foi em busca de detalhes e entrevistou o motorista, que relatou os momentos de tensão e medo vívidos ao longo da ação criminosa.
O motorista contou que tudo começou quando ele seguiu pela estrada da Serra, que dá acesso ao povoado de Palmares. Próximo à BA-270, dois indivíduos armados saíram de um veículo que vinha de Potiraguá em direção a Itapetinga e interceptaram o carro. “Mandaram que eu descesse do carro, me amarraram com uma abraçadeira de nylon, com as mãos para frente, e me colocaram no banco traseiro, de cabeça baixa. Estavam armados e o tempo todo me ameaçavam, pedindo cartão de crédito e senha de Pix”, relembra.
Apesar das constantes ameaças, as ameaças não machucaram as crianças que estavam sendo transportadas para a escola Antônio Clarino, situada às margens da BA-270. “Eles sempre acalmaram as crianças, e acreditam que por causa delas pouparam minha vida. Mas eu realmente pensei que não sairíamos vivos dessa situação”, disse o motorista.
Os infratores conduziram o veículo em direção a Itororó e, em seguida, para uma estrada de chão que levava à região de Itati. Rodaram por várias estradas vicinais, até que finalmente libertaram o motorista e as crianças próximas a uma cidade que, mais tarde, foi identificada como Buararema.
Após serem libertados, o motorista e os estudantes seguiram a pé até encontrarem uma van de transporte alternativo. Relatando a situação aos ocupantes do veículo, orientação ajuda para chegar ao centro de Buararema. No entanto, ao procurar uma delegacia local, não encontrei nenhum policial no momento. Um amigo do motorista ofereceu dinheiro para ajudá-los, mas o valor não foi suficiente para as passagens de retorno.
Foi então que dois motociclistas se solidarizaram com a história e pagaram as passagens para que o motorista e as crianças retornassem. No ponto de apoio de Hasteário, eles foram recebidos por uma viatura da Polícia Militar, previamente alertada sobre o ocorrido. “Os policiais nos trataram muito bem, nos deram lanche e aguardaram a chegada do delegado para nos conduzir de volta a Itapetinga. A partir daí, comecei a me rir, mas o trauma ainda está muito presente”, incidentalmente.
A Secretaria de Educação de Itapetinga acompanhou de perto o caso, oferecendo apoio às crianças e suas famílias. “Agora nos resta superar esses momentos difíceis. Só o tempo pode nos ajudar a seguir em frente”, concluiu o motorista.
Esse caso reforça a necessidade de maior segurança nas zonas rurais e nas estradas que conectam pequenos municípios. A comunidade de Itapetinga está unida no apoio às vítimas e na cobrança por medidas mais eficazes contra a violência.
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