A população de El Salvador, localizado na América Central, irá às urnas neste domingo, 4, para escolher o presidente e 60 deputados da Assembleia do país. A estimativa é que cerca de 5,4 milhões de pessoas votem. Pesquisas mostram que o atual presidente, Nayib Bukele, que concorre à reeleição, está à frente com mais de 80% das intenções de voto. A nação completou no último sábado o quinto aniversário das eleições presidenciais de 2019, que ocasionaram um terremoto político no país centro-americano e resultaram na ascensão do poder de Nayib Bukele. O chefe do Executivo ganhou popularidade pelo progresso na segurança do país. Por meio de uma política de encarceramento em massa, ele conseguiu acentuar a diminuição de homícidios e retirar das gangues o controle de bairros.
Até 2015, El Salvador era considerado um dos países mais violentos do mundo, com 103 homicídios por 100 mil habitantes, um número que caiu para 2,4 em 2023. O estado de emergência aprovado pelo partido governista no Congresso, a pedido de Bukele, resultou em mais de 76 mil prisões de pessoas suspeitas de integrarem gangues. Bukele foi eleito em 3 de fevereiro de 2019, com 53% dos votos válidos, um resultado que encerrou um período de 30 anos de domínio dos partidos Aliança Republicana Nacionalista (Arena, direita) e Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN, esquerda). Ele se aliou ao partido de extrema direita Grande Aliança pela Unidade Nacional (GANA) para concorrer, apesar de seu passado político na FMLN. Nas eleições deste ano, ele concorre pelo partido Novas Ideias, que tem como líder um primo dele.
Bukele foi expulso da FMLN em 2017, a ex-guerrilha que se transformou em partido após o fim da Guerra Civil, em 1992. Sua principal arma política era a crítica aos partidos, os quais ele chamavava de “os mesmos de sempre”, pelos casos de corrupção ligados a suas administrações. A posse do presidente, em 1º de junho de 2019, foi apenas a segunda alternância de poder em El Salvador depois que a paz foi assinada em 1992. Ele afirmou, na época, que isso marcava o fim do período pós-guerra e o início de um mandato que, até maio de 2021, foi marcado por confrontos com o Congresso, à época com maioria oposicionista. Em fevereiro de 2020, o presidente causou alarme internacional depois de entrar no prédio do Congresso com policiais e soldados armados com rifles para fazer lobby por um empréstimo, como ele mesmo admitiu.
*Com informações da EFE
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